Uma recente pesquisa lança luz sobre o potencial econômico de priorizar a saúde mental na adolescência. O estudo, divulgado na prestigiada revista científica PLOS Medicine, revela que a implementação de políticas preventivas voltadas para o bem-estar psicológico de jovens nos Estados Unidos poderia gerar uma expressiva economia de 52 bilhões de dólares ao longo de uma década.
A análise minuciosa, baseada em dados do National Longitudinal Study of Youth 1997 – um acompanhamento de mais de 3.300 indivíduos desde a juventude – estabeleceu uma correlação significativa entre a saúde mental na adolescência e o desempenho econômico na vida adulta. Os pesquisadores confrontaram informações coletadas em 2000, quando os participantes tinham entre 15 e 17 anos, com dados de 2010. Os resultados indicaram que adolescentes que vivenciaram sofrimento psicológico considerável apresentavam menor engajamento no mercado de trabalho e auferiam, em média, 5.658 dólares anuais a menos em salários, dez anos depois.
Diante desse cenário, os cientistas elaboraram um modelo de política hipotética que ampliaria o acesso a cuidados preventivos em saúde mental, atingindo 10% dos jovens com potencial para desenvolver problemas psicológicos. A projeção aponta que, somente os impactos positivos na força de trabalho seriam capazes de gerar economias consideráveis no orçamento federal, superando os custos de implementação dessas iniciativas.
O estudo enfatiza que os benefícios de investir em saúde mental na juventude transcendem o âmbito financeiro. A intervenção precoce pode prevenir desdobramentos de longo prazo, como a dependência de assistência social e uma maior demanda por serviços de saúde, impactando positivamente a qualidade de vida dessa parcela da população.
Os autores da pesquisa reforçam a necessidade urgente de direcionar investimentos para políticas que elevem a saúde mental dos jovens à condição de prioridade, especialmente em um contexto de crescente crise nesse grupo etário.