Com novas regras prestes a entrar em vigor no Brasil, a atenção à saúde mental dos trabalhadores ganhou um novo peso — e a alimentação pode ser uma aliada importante nessa jornada.
A partir de (25/05), todas as empresas que operam no Brasil deverão, por lei, implementar medidas específicas para promover e proteger a saúde mental de seus colaboradores. A exigência faz parte da Norma Regulamentadora 1 (NR-1), atualizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em agosto de 2024, e marca um novo momento nas relações de trabalho no país.
O alerta é urgente: o Brasil já ocupa o segundo lugar no ranking mundial de casos de burnout, ficando atrás apenas do Japão. O transtorno, causado pelo estresse crônico no ambiente de trabalho, gera esgotamento físico e mental intenso, comprometendo desde a concentração até o funcionamento do sistema imunológico.
Apesar da gravidade do problema, há caminhos para a prevenção — e um deles passa diretamente pelo prato. De acordo com especialistas, uma alimentação rica em micronutrientes pode ser decisiva para manter o sistema nervoso equilibrado e reduzir os impactos do estresse no dia a dia.
“A alimentação balanceada, combinada a um ambiente corporativo saudável e uma rotina bem estruturada, é essencial para prevenir o burnout. Mas é importante lembrar que deficiências nutricionais podem agravar sintomas como exaustão mental e irritabilidade”, afirma uma especialista
As 5 vitaminas que fazem diferença na luta contra o burnout
Vitamina B12 – Energia e cognição em alta
Fundamental para a produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, a vitamina B12 contribui diretamente para o bem-estar, a disposição e o funcionamento cognitivo. Sua ausência está associada a sintomas como cansaço excessivo, lapsos de memória e desmotivação.
Fontes: carnes, peixes, ovos, laticínios. Veganos devem considerar suplementação.
Vitamina B6 – Reguladora do humor e do sono
A B6 atua na produção de neurotransmissores que controlam o humor e ajudam o corpo a relaxar. Também participa da síntese de melatonina, fundamental para a qualidade do sono — um dos primeiros aspectos afetados pelo burnout.
Fontes: banana, frango, abacate, batata-doce e oleaginosas.
Vitamina D – Um elo entre imunidade e saúde emocional
Com forte influência na regulação do humor, a vitamina D ajuda a controlar processos inflamatórios e melhora a produção de serotonina. Níveis baixos estão associados à fadiga persistente e quadros de depressão.
Fontes: exposição ao sol, peixes gordurosos, ovos, cogumelos.
Vitamina C – Escudo antioxidante contra o estresse
Além de reforçar a imunidade, a vitamina C combate o estresse oxidativo causado pela tensão contínua, modulando os níveis de cortisol, o hormônio do estresse.
Fontes: frutas cítricas, acerola, morango, pimentão e vegetais verdes.
Vitamina E – Cérebro protegido, mente mais clara
Com propriedades neuroprotetoras, a vitamina E ajuda a manter a clareza mental e reduz a fadiga cerebral, agindo contra os efeitos nocivos dos radicais livres.
Fontes: sementes, nozes, azeite, abacate.
O papel dos neurotransmissores no equilíbrio emocional
Além das vitaminas, a produção de neurotransmissores como GABA, L-teanina, triptofano e dopamina é essencial para manter o bem-estar mental. Esses compostos químicos são responsáveis por regular emoções, foco, motivação e qualidade do sono.
- GABA: promove relaxamento e reduz a excitabilidade cerebral. Pode ser estimulado por infusões naturais como camomila, marcela e passiflora.
- L-teanina: presente em chás como o verde e o matcha, auxilia na concentração e diminui a ansiedade.
- Triptofano: precursor da serotonina e da melatonina, é encontrado em alimentos como banana, peixes e grãos integrais.
- Dopamina: ligada ao prazer e à motivação, pode ser estimulada por alimentos como chocolate, café e chás escuros.
Mais do que alimentação: um cuidado integral
Investir em uma alimentação rica nesses nutrientes é apenas uma parte do cuidado necessário para combater o burnout. Práticas como atividade física regular, pausas estratégicas durante o expediente, momentos de lazer e boas noites de sono também fazem toda a diferença.
“Se você tem notado sintomas como cansaço constante, alterações de humor ou dificuldade para se concentrar, não ignore os sinais. Buscar ajuda profissional, como de um nutricionista, pode ser o primeiro passo para reequilibrar corpo e mente”, orienta
Com a nova regulamentação, empresas têm o dever de olhar com mais atenção para a saúde emocional de suas equipes. Nesse contexto, ações de promoção do bem-estar — que incluam desde políticas internas até incentivo à boa alimentação — se tornam um diferencial competitivo e, mais do que isso, uma questão de responsabilidade social.