O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp realizou, em janeiro, um procedimento inédito ao utilizar pela primeira vez a bomba centrífuga externa CentriMag, conhecida como “coração artificial”, para salvar a vida de um bebê de um ano e sete meses. A criança havia contraído uma virose que evoluiu para uma insuficiência cardíaca grave, colocando sua vida em risco.
O quadro do bebê se agravou após a virose causar uma miocardite viral, que resultou em uma falência cardíaca potencialmente irreversível. Para estabilizar a criança, a equipe médica utilizou a ECMO-VA (oxigenação por membrana extracorpórea veno-arterial) durante 18 dias. Apesar dos esforços, a função cardíaca não apresentou melhora significativa, e a criança foi colocada na lista de espera para um transplante de coração.
Uso da tecnologia CentriMag como suporte circulatório
Devido à piora no quadro clínico, a equipe decidiu utilizar a tecnologia CentriMag como suporte circulatório prolongado. Segundo o cirurgião cardíaco responsável, o dispositivo é crucial para estabilizar o paciente enquanto aguarda um transplante ou para recuperação após complicações graves, como falência cardíaca ou pulmonar. “É uma ponte, seja para o transplante ou para a recuperação”, afirmou ele.
A decisão foi endossada pela superintendente do HC, que informou que a criança tem mostrado uma boa evolução clínica. Atualmente, o bebê segue internado na UTI Pediátrica, mas já não precisa mais do suporte dos aparelhos. A utilização do “coração artificial” marca um marco importante nas inovações médicas do hospital e na luta pela sobrevivência de pacientes em condições críticas.