Um estudo recente realizado, nos Estados Unidos, revelou que a inteligência artificial (IA) tem potencial para se tornar uma importante aliada em atendimentos médicos de urgência realizados via telemedicina. A pesquisa analisou 461 atendimentos virtuais feitos entre junho e julho de 2024, dentro do programa Cedars-Sinai Connect, e comparou as recomendações iniciais fornecidas por um sistema de IA com as decisões tomadas pelos médicos durante as consultas.
Os resultados chamaram a atenção: em diversos casos, as sugestões da IA foram consideradas mais precisas do que as dos próprios profissionais, especialmente em situações como infecções urinárias resistentes a antibióticos. Nessas ocorrências, a IA sugeria exames laboratoriais antes da prescrição de medicamentos, destacando sua capacidade de identificar sinais de risco e propor medidas preventivas.
Apesar disso, o estudo também mostrou que os médicos continuam sendo essenciais em etapas que exigem sensibilidade clínica, como a coleta detalhada de histórico médico e a adaptação do tratamento às particularidades de cada paciente. A IA se destacou principalmente por sua rapidez nas triagens e pela capacidade de oferecer sugestões iniciais baseadas em vastos bancos de dados clínicos anônimos.
O funcionamento do Cedars-Sinai Connect combina tecnologia e atendimento humano. Por meio de um aplicativo, o paciente descreve seus sintomas, e a IA, com base nas informações fornecidas, propõe hipóteses diagnósticas e possíveis condutas. A decisão final, no entanto, segue sendo do médico, que avalia os dados e conduz a consulta.
Para os pesquisadores, a principal conclusão é que a IA, embora não substitua o julgamento clínico, pode ser uma ferramenta poderosa para aumentar a eficiência e a qualidade dos atendimentos — especialmente em casos comuns e agudos, como dores leves, infecções ou quadros gripais. Além disso, seu uso pode contribuir para reduzir a sobrecarga dos profissionais da saúde, otimizando recursos e tempo.