Portugal começa a distribuir bombas de insulina em farmácias para pacientes com
diabetes tipo 1
Portugal iniciou a distribuição das bombas automáticas de insulina para o tratamento de
diabetes tipo 1 pelo sistema público de saúde de Portugal. A novidade foi confirmada por
Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), que assegurou que
o processo estará operacional dentro de uma a duas semanas, após ajustes nos sistemas
logísticos e informáticos necessários para garantir a entrega aos pacientes.
Maior acessibilidade e rapidez no tratamento:
Anteriormente, as bombas de insulina eram distribuídas exclusivamente por centros de
tratamento, o que causava atrasos e dificultava o acesso para muitos pacientes. Agora, com
a nova portaria do Ministério da Saúde de Portugal, publicada em (21/01), os
dispositivos estarão disponíveis diretamente nas farmácias comunitárias, facilitando o
acesso e tornando o processo mais ágil. Essa mudança visa descentralizar a distribuição e
tornar o tratamento mais próximo dos pacientes, evitando deslocamentos para hospitais e
centros especializados.
A medida foi desenvolvida para reduzir burocracias, melhorar a adesão ao tratamento e
aumentar a eficiência na entrega dos dispositivos. Segundo Ema Paulino, foi necessário
realizar um extenso trabalho de adaptação, como a atribuição de códigos informáticos e a
reorganização da cadeia logística entre indústria, distribuidores e farmácias.
Ajustes no sistema de prescrição e custos:
A distribuição das bombas de insulina nas farmácias comunitárias de Portugal será
totalmente coberta pelo Sistema Nacional de Saúde (SNS), beneficiando aqueles que fazem
parte do sistema público de saúde. A iniciativa também contempla uma ampliação gradual
da distribuição até 2026. O sistema de prescrição médica também foi ajustado, permitindo
que apenas especialistas em medicina interna, endocrinologia e pediatria possam
prescrever os dispositivos.
Essa abordagem descentralizada difere do modelo adotado em outros países, como
Espanha, França e Reino Unido, onde o acesso a esses dispositivos ainda depende
principalmente de hospitais e clínicas especializadas e que muitas das vezes chegam a
custar muito caro.
Benefícios para a qualidade de vida dos pacientes:
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), que há anos reivindica essa
mudança, destaca os avanços que as bombas de insulina proporcionam aos pacientes com
diabetes tipo 1. Os dispositivos permitem um controle mais eficiente da glicemia, com uma
redução de 80% na necessidade de picadas nos dedos e 95% no número de injeções
anuais.
Estima-se que 30.000 pessoas vivam com diabetes tipo 1 em Portugal, incluindo 5.000
crianças e jovens. Essa doença autoimune compromete a produção de insulina pelo
pâncreas, tornando necessário o uso contínuo de insulina para o controle da glicose no
sangue. As bombas de insulina representam um grande avanço no tratamento, oferecendo
uma gestão mais eficiente e menos invasiva da doença.
Com a implementação dessa medida, espera-se um impacto positivo na adesão ao
tratamento e na qualidade de vida dos pacientes, oferecendo um acesso mais rápido e
facilitado a essa tecnologia essencial para o controle do diabetes tipo 1.